Depressão ou Vazio Existencial? A Luz da Logoterapia sobre Dois Tipos de Sofrimento
Sentir-se triste, sem energia ou sem vontade de fazer o que antes fazia sentido pode levantar um sinal de alerta. Mas nem sempre isso indica uma depressão clínica. Em muitos casos, o que se vive é um vazio existencial — uma sensação de que a vida perdeu seu propósito, mesmo sem grandes motivos aparentes.
Esse é um tema cada vez mais presente nos atendimentos psicológicos, e a Logoterapia, abordagem criada por Viktor Frankl, pode lançar uma luz poderosa sobre essa diferenciação.
O que é depressão e o que é vazio existencial?
Embora possam parecer semelhantes à primeira vista, depressão e vazio existencial são experiências diferentes.
A depressão é um transtorno mental reconhecido, com sintomas bem definidos como tristeza persistente, perda de prazer, cansaço intenso, alterações no sono e no apetite, entre outros. Requer avaliação profissional, e muitas vezes o tratamento envolve psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico.
Já o vazio existencial não é um transtorno mental, mas uma condição subjetiva de angústia profunda, provocada pela ausência de sentido na vida. Pode surgir mesmo quando tudo parece estar “bem” do lado de fora: emprego, estudos, família — mas por dentro, tudo parece sem cor, sem direção.
A visão da Logoterapia: o ser humano como buscador de sentido
A Logoterapia parte da ideia de que o ser humano não vive apenas de prazer ou conquistas. Vive, sobretudo, de sentido.
Segundo Viktor Frankl, é o desejo de encontrar um propósito que nos move, e quando esse propósito se perde — ou nunca foi encontrado — surge o sofrimento existencial.
A falta de sentido não necessariamente adoece o corpo, mas fragiliza a alma, tornando os dias repetitivos, vazios, mecânicos. E muitas vezes, esse vazio é confundido com depressão.
A diferença essencial, pela ótica da Logoterapia, está no tipo de sofrimento:
- Depressão: nos adoece psicofisicamente.
- Vazio existencial: nos inquieta espiritualmente.
Ambas são experiências legítimas de dor e merecem escuta atenta, mas cada uma pede caminhos diferentes de cuidado.
Quando a dor revela um chamado
Muitas pessoas procuram ajuda dizendo: “Não sei o que tenho. Só sinto que nada faz mais sentido.”
Esse é, para a Logoterapia, um ponto de partida valioso. Não é sinal de fraqueza, mas de humanidade. O vazio pode ser um portal — um convite para reencontrar direção, valores, escolhas que tenham significado verdadeiro.
Em vez de silenciar esse desconforto, o trabalho terapêutico pode transformar esse vazio em espaço fértil para o autoconhecimento e para a construção de um novo sentido.
A terapia como espaço de reencontro
Na Logoterapia, o sofrimento não é negado nem eliminado. Ele é ressignificado.
Ao identificar o que nos conecta com algo maior do que nós mesmos — seja através de vínculos, responsabilidades, projetos ou até mesmo na forma como enfrentamos nossas dores — conseguimos redirecionar nossa existência com mais autenticidade.
Uma reflexão final
Nem toda tristeza é depressão. Nem todo cansaço é físico.
Às vezes, o que dói é a ausência de algo que ainda não sabemos nomear: o sentido da vida.
A boa notícia é que esse sentido pode ser descoberto, reconstruído ou redescoberto — e isso é um processo possível, com apoio, escuta e coragem de olhar para dentro.
“A vida nunca se torna insuportável por causa das circunstâncias, mas apenas por falta de sentido e propósito.”
— Viktor Frankl
Quer conversar sobre isso?
Se você sente que está vivendo um vazio difícil de explicar, ou tem dúvidas se o que está sentindo é depressão, buscar ajuda pode ser um passo transformador.
A psicoterapia pode ser o espaço seguro onde você encontra, ou reencontra, o fio que conecta sua história ao que verdadeiramente importa.
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